segunda-feira, 31 de outubro de 2011

SEM BULA NENHUMA


Falo da loucura porque não sei falar de amor.
Falo da loucura para não ter que passar por este feeling amador
então transbordo-me em minhas chagas
que vão escorrendo pelos meus órgãos, afogando-os.

Então,

Contento-me com a loucura
Com todos os sentimentos fracos e vazios do mundo
Com o mundo paralelo entre a neurose e a psicose
Com remédios, injeções, ambulâncias

Só pra não ter nunca mais
Que falar sobre o amor

Meu assunto preferido agora é sobre cadeiras de rodas
E como elas nos apóiam no momento em que não podemos andar.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CAMISA DE FORÇA

CAMISA DE FORÇA – Camisa de força é feito de pano, e, é uma camisa com mangas bem longas para que se possa amarrar uma pessoa louca e desequilibrada nela.



A Camisa de força era muito utilizada nos hospícios antigos, onde, para sossegar os pacientes, os psiquiatras os amarravam em camisas de forças e davam um sossega leão. Geralmente davam uma Torazina na veia e o louco amarrado simplesmente apagava.


Depois da reforma dos hospícios, as camisas de forças pararam de ser utilizadas desta forma, mas, se você for num hospital psiquiátrico– é bem possível encontrar pessoas que necessitem ficar temporariamente amarradas nas camas.


As camisas de força também ganharam outro sentido, que é o sexual. Sim, fetiche, sádicos, masoquistas, seja o que for, veio tudo da cabeça de Marquês de Sade. E não é que funciona? As camisas de forças são utilizadas para amarrar seus parceiros sexuais e fazer deles seus escravos do prazer. Muito se vê disso em casas especializadas em sadomasoquismo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Als das Kind Kind war

Lied Vom Kindsein

Sabia que a minha criança ainda não foi embora?




FRAGMENTOS DO EU-MENOR



"Hoje vemos como por um espelho, confusamente;
Mas então veremos face a face.
Hoje conheço em parte, mas então conhecerei totalmente,
Como eu sou conhecido (o eu que sou eu, não mais serei..."
 



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Lembro poucas coisas da minha infância, mas que até hoje carrego em mim como se fosse um pedaço de carne pendurado em meu organismo.

A primeira lembrança, era a R. Toledo. Essa era a rua onde minha vó materna morava. Umas duas casas para baixo, havia um corredor onde moravam algumas crianças, todas maiores que eu. Nesta eu época estava com meus 3 ou 4 anos, acho.

Lembro me ainda da casa de uma senhora ao lado, e, em seu quintal havia uma casa no fundo onde moravam mais duas crianças.  
Todas essas crianças brincavam juntas. E eu era a mais pequena.
faziam de mim a criança sequestrada, a filhinha, e assim por diante.

Eu gostava de um garoto que morava no fim do corredor. Tinha 10 anos. O cabelo encaracolado e olhos verdes. fumava maconha no terrano baldio do outro lado da rua. Com 10 anos.

Acho que ele sabia que eu gostava dele. Na casa da senhora ao lado, havia uma lavanderia, e um dia ele me chamou para ir até lá. Trancou a porta e me colocou sentada em cima duma máquina de lavar roupas. Lembro do local como se fosse agora. Uma casa de madeira com uma máquina de lavar e uma vasilha de pregadores.

Ele me sentou lá e disse: "você é minha namorada, né?"
E eu fiz que sim com a cabeça.
Ele então se aproximou de mim, pequena, sentada na máquina.
"Namorado tem que dar beijo" - falou.Que tipo de beijo daria eu, com 3 ou 4 anos? Ele me beijou de lingua. Sinto o gosto do chiclete até hoje, e, desde então, nunca mais coloquei um na boca.

Não me lembro de mais coisas além isso. Apenas disso. Ou apagou-se ou não houve mais nada. Não sei.
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Lembro da Priscila, a menina de uns 12 anos que tinha o cabelo tingido de amarelo, fritando presunto na casa dela, no final de um corredor todo manchado de chuva. 

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Lembro-me a primeira vez que assisti o filme "A Fera do Rock", eu estava no pré e minha melhor amiga chamava-se Camilona (porque tinha a Camilinha que era menor) minha professora chamava-se Neide e ela usava um cabo de televisão para explicar as coisas na lousa. Ela tinha um jeito de brava e proibia-nos de chupar chupeta. Ás vezes eu tirava minha chupeta amarela da mochila e chupava escondida. 
Na noite em que passou "A Fera do Rock" na televisão, a Camilona também tinha assistido. No dia seguinte, brincamos com os lápis de cor na escolinha, fingingo que ela era o Elvis (Jerry Lee Lewis) e eu a Mia (namorada dele de 13 anos)

Tinha um disturbio alimentar quando criança e o tenho até hoje. A pediatra surpreende-se de eu ter crescido sem nenhum tipo de anemia ou coisa parecida. Mas admito que sou uma pessoa fraca, totalmente indisposta, possuo um nível de sono fora do comum e canso-me como uma lesma subindo um pedacinho de terra.

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Minha vó paterna morava em Osasco quando eu tinha 6 anos. Lá tinha duas irmãs de quase a mesma idade que eu(
entre 7 e 8 anos)
Tínhamos brincadeiras estranhas. É só do que me lembro. Eu era a mulher, e as outras se rezevavam entre marido e amante. Depois de 13 anos, fui na casa delas, e ninguém comentou sobre as brincadeiras. Uma trabalhava em um banco e a outra, mais frágil com problemas de asma, estava grávida.

"In a cold December, memories can melt your heart away
In a warm September, you can still remember yesterday"

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"Quando a criança era criança,
Era a época das perguntas:
Por que eu sou Eu
E não tu?
Por que eu estou aqui e
Por que não lá?
Quando começou o tempo
E onde termina o espaço?
A vida sob o sol não é apenas um sonho?
Não seria tudo o que eu posso ver, ouvir e cheirar
Apenas a aparência de um mundo anterior a este mundo?
Existe mesmo o Mal
E pessoas que são realmente más?
Como é que eu, o Eu que eu sou,
Antes que eu viesse a ser, não era?
E como é que um dia eu,
O Eu que eu sou, não mais serei
O eu que Eu sou
?
"























 
*Referência poética: Memórias (Roy Orbison)/ filme: Wings of Desire


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

não queirais vós


Você tem duas opções de encarar o mundo, mas nas duas você vai se foder.
Uma é ser ousado e receber em troca o desafeto dos invejosos e a empatia daqueles que te acharam abusado.
Outra é ser um sonso, um reles mortal sórdido afundando na lama da insignificância.


Qual desses dois destinos podres vais escolher?
 Eu não tenho muita escolha, a qualquer modo sou mal vista.


Qualquer decisão que tomarei servirará como um soco em minhas melancólicas tripas.

Hoje eu defeco a saudade de ser honesta e fraca.
Dou descarga, mas não antes de dar adeus ao que poderia ter sido de tudo.

Dou de mim o mais puro que tenho
mas não queireirais vós, se tiveres estômago para o meu ruim.