Nunca quisestes que eu contente o visse
E quando acaso eu o pedia rindo
tu me dizia: Não te dou, já disse!
Louca eu ficava, mas depois sorrindo
De novo com carinho e com meiguice
O teu retrato ia outra vez pedindo
E sempre ouvia: Não te dou, já disse!
E assim, tristonha e por demais descrente
Eu prosseguia sem ter, mas na mente
Doce esperança de ganhar um dia
Mas hoje, sem querer, Oh! Que alegria
Tenho no peito que o prazer devora
gravando aquele que me negaste outrora
Bragança, 05-10-1932
Aurora Alvarez