terça-feira, 23 de março de 2010

Eu doente.



Por um acaso, todas as drogas do universo tornam-se fracas para mim. Toda toxicomania ao meu redor. Um mundo expelido prematuro e natimorto jaz falido, em seu caixão de ouro maciço.
Eu só estou tentando fugir, achar alguém ou algum lugar que valha a pena. Valha a ração que enfia pelo rabo, valha os não-lugares perdidos, insondáveis.
Aqui tudo é frio e escroto. Todos vocês cansativos, eu cansativa.
Desejo afundar-me em alguma dor que não seja a minha mas um passado insolente insiste em jogar-se sobre meu presente. Eu sei que não preciso mais arrasta-lo comigo, mas é apenas um passado eterno.
Toda codeína - despejam em meu prato de comida, minha colher - alguma heroína, cigarros - fumarei aos montes, quero ser uma pessoa seriamente intoxicada porque qualquer envenenamento é melhor que um futuro falho.