Briguei com a Karina, minha psiquiatra. Mas serei breve porque esse fato é meio constrangedor, eu acho. Pra começar falei que não ia espera-la mais, depois de quase a tarde toda, sem falar da semana passada que não tive tempo de buscar os remédios na farmácia do IPQ graças a estimada pontualidade dela.
Depois, veio a parte mais cômica e drástica desta história, quando eu falei que ela não dava atenção pra mim, só pra outra paciente (que não vou citar o nome, porque eu gosto dela e não quero que ela pense o contrário, caso venha a ler este relato enfadonho algum dia)
Ela disse que o caso era novo e perguntou se acaso eu me lembrava de quando eu ingressei o tratamento no IPQ. Me lembro pouco, pois estava totalmente dopada de rivotril 24 horas por dia. Mas, mesmo assim eu disse, "Lembro-me e aliás, não sei porque você me perguntou isso se meu psiquiatra era o Bruno"
Não que eu goste mais do Bruno, mas ele gostava mais de mim, eu acho. A Karina tem ideias idiotas, do tipo, eu, uma pessoa com transtorno de personalidade limítrofe, desempregada e estudando as duras penas, ela pergunta, porque eu não vou morar sozinha. Por que será, dr. Karina?
Enfim, isto não vem ao caso agora, voltemos aonde parei. Sei que foi doentio da minha parte me importar com esse tipo de coisa, afinal, ela é só mais uma deles, dos loucos que pensam que são normais. Não confiar. Menos, claro no meu supervisor, que eu amo de paixão, o doctor Erlis, ele é uma pessoa muito especial.
No mais, acabou em "pizza" na enfermaria do integrado. E daí? No fim, continuarei a tomar aquela imensidão de comprimidos para loucura todos os dias. E eu estou de saco cheio deles.