segunda-feira, 24 de junho de 2013

Virose

A vida é um corte sintético na pele que alguém raramente aprecia. Não é pecado apreciar, de fato, mas não é agradável. A sensação é de afundar, sente-se comichões protoplasmáticas pelos poros. A célula mãe se desfaz em pedacinhos em uma operação obliqua. Nada disso é verdade. Contente-se com a enganação. Eu sei o que sou, uma barata apavorada vivendo sob ameaça de Kafka, uma Fleur murcha de Baudelaire no limbo; O padrinho do lixão!

 Uma coisa é certa, não sei o que está errado.


Nunca quero dar nada, mas quando dou, não é de graça. Sempre que eu posso, pego tudo de volta e estupro mais um pouco, chupo tudo que posso pra dentro das artérias. Normal, sou viciada em prazer e ele se localiza nas minhas vísceras. Poderia te tornar uma mercadoria apática por osmose, mas não ligo a mínima a pouca merda que sai pelo teu rabo. Já estou cheia desta sacanagem.