Desde que o coordenador de transtorno de personalidade do hospital das clínicas me aceitou como paciente tenho vivido dias altamente estranhos e constrangedores.
Na última consulta, o psiquiatra que está me tratando agora explicou minha "doença" pro meu pai.
"Sua filha tem o que chamamos de transtorno de personalidade borderline, mas, a longo prazo, isso será facilmente domável, ainda mais no caso da Thaís...."
- Filha, transtorno de-o-quê-line? vou anotar para procurar na internet.
Meu pai tem se divertido nas consultas, chama até o coord. de malandrão. Há!
Medicamentos trocados, estou entre o torto e a direita. Dificuldade exímiapara dormir. O mais engraçado é que, quando finalmente pego no sono, o telefone toca, alguém acende a luz, inacreditável.
pouquissímas horas dormidas.receitaram-me um remédio para dormir que, ao meu ver, não passa de um biscoitinho. Já me foi aumentada a dose e nada. de raiva nem sei o nome infeliz do irremediável. sem rivotril, sem risperidona, não posso mais me dopar a hora que quero.
é tudo intragavelmente controlado demais. chega a apertar o coração.
dia de sábado. pode ser ensolarado ou não. tanto faz. consegui pegar no sono ao amanhecer e 9h tocou o maldito telefone. e era a telefonica ainda. para a puta que pariu o inventor desta merda de tecnologia.