há de embebedar pombos sujos, empapuçar a merda de ratos-voadores. escrotalmente, deslumbro de um ódio que mataria um exército. é um sentimento que envolve todo o meu ser, bem dentro do peito. Sinto o ranger da noite e me indigno, porquê do caralho da minha vida?
parar
de existir seria o caminho alternativo para buscar paz eterna. mas
sepulcro neste maldito corpo de 1,50 que só me dá desânimo e destreza.
como
uma mosca na tela, como uma vadia no ponto noites e noites a fio,
entrando em malditos carros sem freio de gordos famintos e desonestos,
como uma genitália deformada, como um excremento antônimo.
não
consigo matar e estou cansada. não consigo diluir, não consigo escapar
da fera, do ladrão, da caça e da minha própria carapuça escarrada,
gentilmente prostrada nesta cadeira.
quantos anos mais irei
aguentar tamanho desgosto de viver, de ter de acordar todos os malditos e
ensolarados dias de merda. de canções, de fumantes, de bancários, de
putas, de viciados, de falsos moralistas, de um bando de porco comendo o
anus do outro em fila indigena?
creio no desconcerto total de todas as coisas
o mundo está paralisado
e não há nada a ser feito
a não ser,
foder.