sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

GANGRENA MORAL

"Eu não vejo muito futuro
a não ser que descubra o que é culpa"

-[Buzzcocks]


Diário, 31 de janeiro de 2006.
[Una Anaïs Nin adolescente]

Acuse-me de um assassinato, uma dor qualquer que lhe causei. Acuse-me de te amar assim, tão sem querer, que a culpa é toda minha!
Minha garganta está travada agora e tudo que eu queria dizer é que dissequei demais sua carcaça de sentimentos nulos. Aprendi tanto de ti que já nem sei mais.
Troque-me por um cigarro; ou por uma espécie de amor que eu não conheço - não entendo. Eu poderia ter sido tudo aquilo que. Mas agora o que eu sou não basta.
Só não me olhe com estes olhos vãos, morrendo de sentimentos ao piscar, não fale nada sobre culpa porque eu não sei dizer o quanto isso me deturpa.




quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Is Everybody In?

"Writer William S. Burroughs reads poetry by Jim Morrison over music provided by The Doors on the track "Is Everybody In?"
- "ESTÃO TODOS AÍ? ESTÃO TODOS...AÍ? ESTÃO TODOS AÍ? A CERIMÔNIA VAI COMEÇAR!"
-
Não direi absolutamente nada hoje porque em vez de escrever encontrei esse vídeo. É bem mais construtivo assisti-lo. Ou mais destrutivo. Não sei, O que você acha?


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O centro funcional


"Chorei porque não era mais uma criança com a fé cega de criança. Chorei porque não podia mais acreditar e adoro acreditar. Chorei porque daqui em diante chorarei menos. Chorei porque perdi a minha dor e ainda não estou acostumada com a ausência dela"
[Anais Nin]

Como adaptar-me? Onde achar aquela coisa que não encontro em copos amargos e nem em minhas decadências despedaçadas? Como saberei que estou viva sem cortar minha carne?
Respirar oxigênio é monótono porque meus pulmões não querem apenas ar. Amar é muito POUCO porque meu coração não cabe no meu corpo.
Não sei pra onde fugir quando pretendo me esconder de mim.
E tudo isso só por que sou muito frágil para me virar aqui fora, onde sou tão miúda e tão medrosa, ainda não sei como ser gente grande num mundo que não é nenhum pouco cor-de-rosa.




domingo, 7 de fevereiro de 2010

BORDER DE CU É ROLA

sou muito insegura para ser escritora. Como um escritor precisa ser?
sabe, quando eu era mais nova, eu achava que escrever era a coisa que eu sabia fazer de melhor, que eu tinha nascido com um dom. Escrevia poesias, quase todos os dias eu escrevia centenas de poesias, e achava que realmente tinha nascido para aquilo, porque aquilo saia facilmente de mim

- insegurança
-falta de prazer (nao consigo sentir prazer normalmente)
-medo de critica
-não consigo me relacionar com as pessoas
-medo de ficar sozinha (acho que preciso sempre estar com uma pessoa, porque é muito ruim ficar sozinha comigo mesma, especialmente quando estou em publico)
-nao vou a faculdade se o miguel nao vai, medo de ficar sozinha
-desconfiança: acho que o fato de eu parecer muito mais nova do que eu realmente sou afeta minha personalidade, as pessoas não dão credito pra mim, e eu acabo agindo como uma criança
-não consigo me empenhar nas tarefas que não sei fazer direito, desisto muito rápido porque tenho vergonha de tentar,
-atenção (isso precisa ser muito trabalhado) preciso de tarefas, exercicios, mas eles precisam ser cobrados senão eu acabo não fazendo
ansiedade, preocupação
-relacionamentos superficiais, evito ficar sozinha com uma unica pessoa, medo de que ela me reprove
-muita preocupação com que as pessoas pensam de mim
-exagero situações. minha mae não está me cobrando emprego, eu me senti cobrada pela minha propria consciencia
-odeio situação de rotina, mas me sinto segura dentro dela. MUITO MEDO DE MUDANÇA, qqr mudancinha é motivo para um inferno astral.
-fujo dos meus medos. [medo de atender o balcao, medo de matematica, medo de quimica, fisica, medo de ir ao médico] não tenho forças para enfrentar os problemas por mais pequenos que eles possam ser, eles parecem que nunca terão solução, me bato, (me arranho no peito) em casos de raiva mais ansiedade = me corto
- necessidade de fujir do tédio
-inferior as pessoas, quase todas
-medo de pessoas mais velhas do que eu
Ñ quero bodiar, acho q não vou conseguir parar
falta de interesse até mesmo pelas coisas que me interesso (ler para aprimorar minha escrita, faculdade, aprender mais a fundo as coisas que me interessam torna-se entediante demais

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

parafilia

Ejaculo. Transpiro.
Ouço o seu distante passo...
Gotas de tua excreção,
como eu anseio!
Encaixo-me em teus afagos,
teu clitóris suado.

[Suspiro.
calado]

chupo tuas vísceras
estupro teu corão
até scat, eu não reclamo
Sussurro,
difuso
porque te amo sem razão