quinta-feira, 21 de julho de 2011

catalepsia

confusão. filho, pega um cigarro e enfia no meu. aceso, é claro.
essas marcas nos meus ombros são só as suas sujeiras. você é cheio de sujeira. estou de saco cheio da sua sujeira. eu tô desanimada e é por causa da sua sujeira. não tem como lavar você, filho, porque até sua alma fede. eu tô cansada de café e nenhum cigarro de merda aceso no meu rabo gordo.
to tão cansada de ser eu nesse corpo cataléptico e desagradável. agora o cheiro de solidão inunda o meu vazio, cheio de merda, cheio de um nada cuspido.



sabe, filho, eu não sou nenhuma escritora.
eu não sou nem inteligente e nem atenciosa.
não conheço mil canções ou mil filmes melodramáticos da puta que o pariu.
não sou bonita tampouco vaidosa.
sabe, filho, não passo de uma vagabundinha deplorável
comendo a merda que deus serve em meu prato dia pós dia
sabe, existem pessoas que nasceram pra fodeção
e eu sou uma delas, tenho certeza.
nasci para a doença
para o ralo cheio de cabelo de cu

algumas costelas foram feitas exatamente para serem quebradas