quinta-feira, 30 de julho de 2009

GO, Bandini, GO!

"Arturo Bandini, consegue ferir as pessoas. E fere justamente porque somos iguais. Bandini passa fome, é um cara triste. Não sabe o que quer. Tem medo. Uma prostituta o interpela, ele dá todo o dinheiro dele e vai embora. Não consegue dizer não e pegar o dinheiro. Ou pagar e, perdoem-me, fudê-la. Bandini é indeciso. Sonha com a coragem e o sucesso. Pensa em Camilla e quando a encontra, deixa tudo correr por entre os dedos.

Fante mete o dedo, praticamente o braço inteiro, na ferida: as pessoas, a humanidade, todos são inseguros e brincam de “confiança”. Ter medo de morrer sozinho, de fracassar na profissão, de não alcançar os sonhos, de morrer de uma doença ridícula, de ter que voltar pra casa com o rabo entre as pernas. A civilização corrói. E as pessoas fingem que isso não dói."


Fante ou Bandini? Eu não sei, mas de qualquer jeito é real em mim, e por ser assim, sou tão Bandini que às vezes me assusto com meu próprio EU. A única diferença é que, certamente Bukowski não diria ter-me achado como ouro no lixo. Talvez um dia eu consiga raciocinar algo, e parar de comprar receitas de codeína, escrever besteiras, admirar escritores e acabar com minha vida.


' E não adianta perguntar ao pó '


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Parque das Agulhas

Assistimos esse filme esses dias, sabe? Eu gostei dele, tem o Al Pacino há uns cem anos atrás, quando ele era novo (pexs achou que ele havia nascido velho, hahahah)
O melhor do filme é não esperar absolutamente nada de ninguém. Não há essa espectativa, nem melhoras, esse não é o objetivo. O único objetivo, talvez pavoroso, é testar até onde vai seu amor por alguém, até qual profundidade do poço pode chegar uma relação entre duas pessoas. Primeiro o parque, depois as agulhas, a prostituição, até chegar a traição. E apesar de tudo, de até ser dedurado e preso por alguém que você depositou seu resto de amor, continuam sempre ali, lado a lado. No fundo não há outra opção mesmo, não há mais ninguém para se apoiar, e a única frase a ser dita é: "E aí?"

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sable Starr também sofre.

Aperto o telefone contra o peito. Virgem de afeto, acho que de tanto que passamos de mão em mão, acabamos assim, virgens, pequenos, e tão inocentes quanto sujos.
E enquanto riem de você por cortar-se com giletes cegos, choramos por incompreensão. Dói, não é? O mundo partido ao meio, uma facada no estômago. O "EU" está tão cansado! EU, EU, EU, EU. O que mais além de "eu"? O que há de errado? Por que do outro lado da linha a voz diz não posso, não dá, outra hora, quem é você? Sable Starr também sofre com seu livro de recortes nas mãos, tantos beijos a quem prometeu não prometer nada, tanta saliva e tanta dor. O mundo não merece nossa pena.

domingo, 12 de julho de 2009

[Esse é seu dia]

[c]
[o]
[d]
[e]
[i]
[n]
-
E está na hora de ir para casa, eu quero ver meu namorado, coçar as pernas com uma escova de cabelo; eu quero ser seu bebê. Eu acho que tudo isso faz parte de mim, como eu faço parte de você. Nasci para a vida perigosa e incerta, eu gosto assim. Não sou fantástica, nem inteligente, mas se você puder olhar no fundo do meu coração com bastante atenção verá: eu definitivamente não sou como vocês. Não sou uma garota barata bebendo cerveja importada fingindo ser o que não sou, não sou uma garota moderna ou uma poetisa falando do quanto o amor é lindo, porra, isso é nojento! Se você olhar, sou diferente de você. Não me importo com as roupas e os sorrisos, eu só quero guardar toda minha vida dentro de um livro de fotos e palavras, - também sou tão confusa! - mas no fim sou uma garota que gosta de escrever e tudo me machuca - no fim, sou uma garota do ópio, e nada mais.



quinta-feira, 2 de julho de 2009

[Ao vivo ela chorou]

Show me the way
To the next whiskey bar
Oh, don't ask why
Oh, don't ask why

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Eu continuo sendo uma garotinha de doze anos de idade, fascinada com uma capa de cd, curiosa para saber de quem é aquele rosto: é teu, Jim. E eu estou sozinha... [impossível, sim, mas é verdade] Ninguém sabe, mas as garotinhas entendem...E você continua sendo tão importante pra mim como quando te conheci há nove anos atrás. [nos divertiremos antes que tudo acabe, han!?] Te amo tanto que transborda, você é a melhor parte de mim. 
Meu amor preto e branco é multicolor. Você continua vivo, inundando meu mundo de poesia, de dor e de amor. [Eu sei o seu segredo mais secreto. Eu sei tudo]
E depois de todos esses anos te amando mais do que provavelmente já amaram, eu continuo a dizer que, não é qualquer amor, você é tão especial para mim...é meu poeta preferido, meu pai, minha visão mais completa de alguma coisa que podemos chamar de mundo. [Eu conheço seu medo secreto, eu posso ver]
Não consigo escrever com complexidade o que você é para mim, mas tenha certeza de que é uma grande cicatriz no meu rosto, da qual me orgulho de ter.

03 de julho de 1971 - E ele tinha medo de agulhas. Estava inerte com seu rosto cinzento, e havia sangue em seu nariz. Não havia banheira alguma, somente um banheiro de bar francês, como tinha que ser. Não havia motivo, você já era imortal, você jamais morreria. Por quê tentar?
trinta e oito anos depois, estou eu pela nona vez escrevendo sobre a sua morte que nunca existiu.

[Esse não seria o lugar perfeito para esconder-se caso todos acreditassem em sua morte?]

E eu te amo, você é meu mundo, minha personalidade [ limítrofe, mas foi o que deu pra construir]. 

James Douglas Morrison, meu herói.
[Ao vivo com certeza eu choraria]

[Thaís Morrison]