sexta-feira, 13 de novembro de 2009

do ponto de vista do fundo.

Sozinho em um sanatório particular, em carne viva. Aprendi com Artaud a ser Deus e Diabo, a pouco me importar com a Virgem Maria. As chagas doem agora em meus pulsos azulados, fiz para sentir somente a dor da ferida. Ainda estou intacto em minha sujeira interna e agradeço a ardência em meus poros. Entendam que a clemência faz parte da minha demência. Cortei qualquer laço imundo com aqueles que diziam me amar. Ah. Amam porra nenhuma, ninguém tem culhão, bando de brochas só sabem fracassar. Antes de mais nada, piedade vem sem vírgula, aprendam.

Preciso me afastar de toda essa convulsão mental.
Desejo partir, mas para onde?
com toda a minha insatisfação, a minha gonorréia sentimental, com todo meu sadismo e imperfeição.
Talvez fazer-me morto já seja bastante significativo a todos.
Que eu possa dobrar meus joelhos na poça sangüínea dos meus irmãos, sem nenhum remorso, sem nenhum perdão.