sábado, 17 de dezembro de 2011

a última gota de sangue do meu coração

há de embebedar pombos sujos, empapuçar a merda de ratos-voadores. escrotalmente, deslumbro de um ódio que mataria um exército. é um sentimento que envolve todo o meu ser, bem dentro do peito. Sinto o ranger da noite e me indigno, porquê do caralho da minha vida?

parar de existir seria o caminho alternativo para buscar paz eterna. mas sepulcro neste maldito corpo de 1,50 que só me dá desânimo e destreza.

como uma mosca na tela, como uma vadia no ponto noites e noites a fio, entrando em malditos carros sem freio de gordos famintos e desonestos, como uma genitália deformada, como um excremento antônimo.

não consigo matar e estou cansada. não consigo diluir, não consigo escapar da fera, do ladrão, da caça e da minha própria carapuça escarrada, gentilmente prostrada nesta cadeira.

quantos anos mais irei aguentar tamanho desgosto de viver, de ter de acordar todos os malditos e ensolarados dias de merda. de canções, de fumantes, de bancários, de putas, de viciados, de falsos moralistas, de um bando de porco comendo o anus do outro em fila indigena?

creio no desconcerto total de todas as coisas
o mundo está paralisado
e não há nada a ser feito
a não ser,
foder.