quarta-feira, 19 de novembro de 2014

eu estive bem por um tempo, eu podia sorrir, mas ontem a noite você me parou para dizer oi!

Ainda continuo sem sentindo nenhum, mesmo sem ter permissão para isso. Continuo chorando de soluçar, apesar de fingir sorrir o tempo todo. É por isso que continuo a passar nas perícias do INSS, porque eu não to boa de verdade, apesar de todos acharem que tô curada. HAHAHAHAHAHAHAHA. Curada, essa é boa! Eu só parei de bancar a borderline o tempo todo, parei de chorar e de ser uma louca em tempo integral, eu vou ser mãe e não quero que minha filha saiba o quanto eu odeio a vida e o quanto queria que tudo se anulasse de repente. É um pecado fatal escrever isso tudo esperando uma vida, mas o que posso fazer se é o que eu sinto?

Continuo ouvindo Crying do Roy Orbsion como se nunca tivesse escutado na vida. Eu continuo sendo a garotinha pequena de cinco anos, mas agora eu devo ser grande e isso me tortura. O que devo fazer e pensar, deveria eu fazer ou pensar algo? O que eu posso fazer?
Eu ainda sou F60.3 ainda sou F.14 ainda sou F.48. 

Mas agora além de tudo eu serei mãe e isso é tão assustador. Não há mais espaço para meus medos e eu tenho que ser forte, não posso entornar um vidro de rivotril e nem cortar meu braço como uma boceta velha. 

Tenho só que fingir ter sentido e servir ao mundo que eu mesma criei para me proteger da morte. mas quem sabe não seria melhor ter morrido.