terça-feira, 26 de maio de 2009

Christiane é borderline [e eu também]

Acho pouco razoável escrever só quando tenho crises. Reparou como pessoas limítrofes adoram essa expressão "crise"? Pois é, é assim mais ou menos que chamamos aquilo que nos acontece vez ou outra e não sabemos explicar com palavras quando alguém nos pergunta.
Ocorreu-me a idéia de escrever mais aqui, enfim, escrever bobagens também, sobre a minha vida cotidiana... Por exemplo, como eu gosto de assistir aos Simpsons com meu namorado, e como gosto de comer o macarrão da minha mãe aos domingos. Não tenho mesmo pretensão nenhuma de que este blog seja jornalístico, ou tenha alguma serventia para alguém que não seja ao meu próprio eu.
Não que eu não goste dos meus últimos textos, mas agora acho que preciso escrever com mais liberdade, e tem sido complicado relacioná-los com a minha vida e/ou escrevê-los de forma que demonstre o que eu realmente gostaria de demonstrar sem usar toda a liberdade... acabei podando-me a um objetivo estreito e talvez nulo, já que existem milhões de possibilidades se eu utilizar o caos e a liberdade exposta a mim.
Enfim, pode ser que amanhã mesmo eu mude de idéia e continue a me restringir, talvez até mesmo antes de postar esse texto, mas independente de qualquer coisa, ele vai ao ar. ha, ha, ha.


Essa instabilidade é comum aos "patologicamente limítrofes", e descobri por conta própria que Christiane também é borderline. Que Christiane? Essa da foto lá embaixo, conhece? Eu a conheço há uns anos e de uns dias para cá, fui novamente interessar-me pela vida dela, já que li um artigo dizendo que ela havia fugido para Amsterdam com seu atual namorado, e, segundo o tal, ficou semanas sem tomar banho, fumando maconha e voltou a injetar heroina (Deus sabe lá em qual veia, já que todas estão entupidas). Enquanto seu filho, Nico, de onze anos, passava suas tardes jogando video game, abandonado por Christiane.
O cara disse abandonado, mas não acho que ela seria capaz de tal coisa. Apesar de todos os fatos, ela seqüestrou o próprio filho para poder viajar para Amsterdam, já que quando as autoridades ficaram sabendo da viagem proibiram a ida do garoto. Não creio que uma mãe que não ligue para seu filho teria o trabalho de sequestrá-lo para então o levar com ela... Enfim, o fato é que, juntei detalhe por detalhe da vida de Christiane e pude concluir que ela é borderline.


1. Trauma na infância - a péssima relação da família, onde o pai bebia e batia na mãe e nas duas filhas por causa de frustrações pessoais, até chegar à separação definitiva do casal.


2. Complexo de inferioridade - Christiane achava que precisava ser como um grupo de pessoas para ser aceita e ingressar nele. Ora se achava inferior a garotas que já tinham o "corpo de mulher" sendo que ela era ainda uma menina, ora pessoas que usavam heroina eram superiores porque acreditava que essas eram muito mais experientes do que ela, etc.


3. Uso compulsivo de algo para preencher o sentimento do "vazio" da self - a Heroína. Bem, não preciso citar nenhum outro ato compulsivo, já que esse foi suficientemente decadente tendo em vista que a vida que Christiane construiu a partir de então era preenchida pela heroína e transformou-se em promíscua, ao praticar trottoir para sustentar seu vício.


4. Medo da solidão - Christiane é visivelmente uma pessoa com medo de estar sozinha, e de ser abandonada, fazendo qualquer coisa para evitar o abandono real ou imaginado. Como exemplo maior, o uso de Heroína para manter primeiramente a amizade de Detlef e depois de outras pessoas que julgava importante. Fazia coisas só para ter aprovação daqueles que tinha medo constante de perder.


5. Instabilidade emocional - Christiane é uma pessoa emocionalmente instável, ora presa num espírito infantil, ora inferior às pessoas, e mantinha relacionamentos conjugais instáveis (como exemplo o número de rapazes com quem Christiane se relacionou...).


6. Busca desenfreada por um alívio do tédio - Christiane fica entediada muito rapidamente e é incapaz de agir com naturalidade numa situação que implique um pouco de monotonia, como por exemplo um ambiente de trabalho, concentrar-se em estudos, seguir regras etc.


Bem, concluo através destes itens que Christiane Vera é Borderline.
Mas não podia me basear somente no que eu penso e dizer com tanta convicção (ah, quer dizer, eu poderia sim, afinal o blog é meu hahahaha). Mas, como jornalista que sou, pesquisei na internet muitas páginas, e descobri uma reportagem que diz que Christiane havia sido tratada por muito tempo somente como uma dependente química, quando na verdade deveria ter sido tratada como uma borderline, pela intensa disfunção de sua personalidade limótrofe.


Ah, enfim, Christiane é borderline.
[e eu também]