sábado, 10 de março de 2012

Quando a gente cresce a gente para de amar

Eu repudio a sociedade a qual sou obrigada a ceder.
Sou fascinada por todas as anomalias do mundo. Isso sim me faz querer respirar, nem que seja um ar morto, mas que venha dos pulmões da boca do lixo.
Quando a gente cresce, a gente percebe que fomos enganados de uma maneira agonizante.
Transitar entre jardins, não tem mais graça assim. Os olhos se arregalam para parte do mundo onde não há sustos ou cochilos infantis.
Há uma explosão de bares fumegantes, pessoas em tecnicolor, transviados mordem iscas num pesqueiro antológico.
Indochina se apaga e nós todos não podemos mais ver. 
Nós somos o ânus do terceiro mundo, germinando em compulsiva diarreia.
A gente cresce e para de amar, simplesmente porque alguém nos ensina que foder da mais prazer.