terça-feira, 14 de abril de 2009

Eu: brilhante, excessiva e decadente.


Talvez o que eu realmente precise é me dar conta do que sou. O que sou?
Tenho vinte e um anos, gosto de andar pelo não-lugar decadente, não consigo prestar atenção em nada porque sou impaciente. Anseio, anseio o dia todo, isso faz com que eu abra feridas com palavras frias, depois de chorar sem saber o motivo pelo qual, eu me sangro. Auto-mutilo meu coração, em farrapos. No dia seguinte invento boas (ou péssimas) explicações para quem pergunta o que aconteceu com os pulsos. Sim, sempre há alguém que pergunta, mesmo aqueles que sabem, perguntam por sadismo.
Talvez devesse eu sentir-me culpada ou arrependida por provocar-me marcas para toda a vida, mas não sinto remorso algum, e minto quando digo que sinto, porque o senso comum sentiria, mas eu não. Digo, sinto-me terrilmente envergonhada logo após uma dessas insondáveis crises, porque no fundo nem sei ao certo o que realmente eu ganharia com aquilo...Tudo que eu queria era apego, afeto, que nunca enche-me por completo, minha necessidade é tão grande que transbordo um vasto vazio. Não sinto culpa, só vergonha.
Eu, Thaís, sou brilhante quando ganho, excessiva quando amo e decadente quando perco. Talvez eu seja mais uma garota mimada, que só quer atenção e não tenha levado tantas boas surras quando era criança, ou talvez não...