quinta-feira, 30 de julho de 2009

GO, Bandini, GO!

"Arturo Bandini, consegue ferir as pessoas. E fere justamente porque somos iguais. Bandini passa fome, é um cara triste. Não sabe o que quer. Tem medo. Uma prostituta o interpela, ele dá todo o dinheiro dele e vai embora. Não consegue dizer não e pegar o dinheiro. Ou pagar e, perdoem-me, fudê-la. Bandini é indeciso. Sonha com a coragem e o sucesso. Pensa em Camilla e quando a encontra, deixa tudo correr por entre os dedos.

Fante mete o dedo, praticamente o braço inteiro, na ferida: as pessoas, a humanidade, todos são inseguros e brincam de “confiança”. Ter medo de morrer sozinho, de fracassar na profissão, de não alcançar os sonhos, de morrer de uma doença ridícula, de ter que voltar pra casa com o rabo entre as pernas. A civilização corrói. E as pessoas fingem que isso não dói."


Fante ou Bandini? Eu não sei, mas de qualquer jeito é real em mim, e por ser assim, sou tão Bandini que às vezes me assusto com meu próprio EU. A única diferença é que, certamente Bukowski não diria ter-me achado como ouro no lixo. Talvez um dia eu consiga raciocinar algo, e parar de comprar receitas de codeína, escrever besteiras, admirar escritores e acabar com minha vida.


' E não adianta perguntar ao pó '