domingo, 9 de maio de 2010

"Fui um homem que nunca tive amor na vida"




"Antônio chorava muito. Chorava quando eu lhe convidava para expor os seus quadros, chorava quando ouvia a leitura do jornal falando dele mas também sorria e sonhava. Sonhava em “
voar como um passarinho para conhecer o mundo inteiro” e escrevia este verso nos seus quadros."

Soledade elogiava Antonio e dizia: Antônio nunca bebeu nem fumou. Ele adora é fotografia. Ele tem 14 profissões: faz perfume, fósforo e brilhantina, faz doce, pó de arroz e creolina, faz colher de pau e gaiola. Ele faz o diabo (...) Antônio sofre dos nervo”. - Um diagnóstico médico classificou-o de demente e esquizofrênico.

Soledade e Antônio brigavam, mas eram companheiros e amigos, preocupando-se sempre um pelo outro. Mas Antônio continuava a escrever nos quadros: "Fui um homem que nunca tive amor na vida"

Ele pintava quase todos os dias, produzia muito e Soledade dizia: “se ele parar de pintar, logo adoece”. Era um catador e guardador compulsivo de tudo. Recolhia e guardava no seu barraco enormes pilhas de papéis velhos, latas usadas, restos de madeiras, embalagens etc.



ANTÔNIO ROSENO DE LIMA

por

[Hélio Pelegrino]


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