sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Agosto, fluoxetina e morte

Bem que dizem que agosto é o mês do cachorro louco. Acordei numa manhã desse tal mês com uma sensação de morte descendo a garganta. Um gosto estranho na boca, gosto amargo de eu-não-sei-nada-da-vida.
Peguei o ônibus e esse cheiro invadiu meu mp3. A música estava diferente.
A noite, cheguei em casa, o telefone tocou, e era uma noticia de morte. Uma garota que mora no meu prédio, morreu. Estuprada e estrangulada por um maluco. Dizem que a vítima estava fumando pedra com o assassino, sem saber que em minutos seria estrangulada.O assassino foi pego, e levou a policia até o local do crime. A vítima estava sem roupa, pendurada num muro, e um cachimbo de crack estava próximo de seu corpo. Imagina só, hoje é o dia da sua morte, e você não sabe. (ou melhor: você sabe, mas não sabe) Acorda pela manhã, coloca os pés no chão e hoje é o dia de sua morte. Vai a padaria, compra pão, e a hora passando...sua morte é a meia noite, agora é meio-dia.
Encontro uma amiga que me dá fluoxetina, tomo um para não ficar com essa morte a seco no peito e nos jornais, grudada na parede do meu prédio. Sono e vontade de vomitar, vontade de vomitar, sono. Isso me dá enjoo. Tem gosto de desgraça Agosto.