sábado, 14 de junho de 2014

Agora uma história:

Conheci uma maluca no hospital psiquiátrico. (Veja bem, não é óbvio. maluco tem em toda parte, mas existem locais com uma concentração maior de malucos) A História dela é a seguinte:

Tem lá pros seus 29 anos. O nome não me recordo e nem poderia divulgar, mas vamos supor que é Ivone, ok? Então. A Ivone era nova lá no hospital. Chegou semana passada. Mas eu ainda não a conhecia porque estava foragida. 


Eu cheguei e ela me fitou. Fitou com aquele olhar louco de gente louca, que só louco entende. Eu entendi bem. Ela estava afim interagir. Mas eu não estava nem ao menos um pouco afim disso. Sentei de canto e peguei um cigarro. Logo veio a bendita, me pedindo (ou oferecendo, não lembro) um isqueiro. Acendi um e ela também. Sentou e começou a falar.

"Sabe, eu sou do Sul. Cascavel. Peguei um avião e deslanchei em São Paulo. Cheguei aqui, me deu um tédio, sabe? Máás um tédio... Me deu vontade de dar. Arranquei a roupa no aeroporto e duas policiais lésbicas começaram a me paquerar. mas eu queria rola."

Entendo. Respondi. Mas não estava entendendo nada e não estava afim de entender. No momento em que escutava aquela história eu pensava comigo porque raios sou um ímã pra pessoas tão malucas e o por quê delas gostarem de mim? Não sei, mas eu comecei a me divertir com a conversa e ao mesmo tempo queria dar uma de sã e fingir desprezo por aquela Bipolar para mostrar superioridade às outras problemáticas afetivas do ambiente.

Moral da história: Ela conseguiu dar, mas depois foi presa e internada. Amor de pica é o que fica, afinal?