quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Delinquente não chora.

[Terror, patologia, sadismo, rejeição, uma porra de peito sem nada dentro. É, eu disse NADA. nenhum motivo para chorar e todos para foder. Foder com a festa toda. Com a festa de todos vocês.
De repente hoje, acordo assustada: uma coisa grita dentro de mim, e não consigo colocar pra fora. Sonho com gente morta, gente minha, que parece agora que nunca foi. Ele entra em mim pelo meu cérebro, e o espaço está destruído. Talvez isso nunca tenha existido fora de mim, e ninguém sabe a frustração que sou por dentro]

...preciso expulsar a dor de não conseguir sentir a sua partida!

Lembro do dia da tua morte, eu estava tão elétrica quanto patética. Ligaram para me avisar que todos os camarões já tinham comido a tua pele, e eu não conseguia nem ao menos chorar. Nem ao menos chorar.
Os dias passam e toda a noite é igual: você aparece me chamando de sua pequena garota, como antigamente eu sempre fui.
Metade de você, meu benzinho, e você de mim. Talvez eu não volte mais ao normal, porque nunca existiu essa norma, porque tua morte grudou em mim, e preciso escrever isso porque não consigo admitir.
Sinto a tua falta, preciso lembrar que te conheci, preciso lembrar que já peguei em você, já senti sua respiração, já beijei a sua boca.
E você não está mais aqui, pelo menos não de dia. Algumas noites afirmam teu caixão lacrado. Outras, sua doçura em me chamar de amore. Lembra desses dias quentes, expulsos, você e eu? dentro do banheiro.
Não deveria escrever isso, mas sou escritora das aberrações que cabem somente dentro do meu âmago, sou pura, pecadora, te amei e te amo, amém.





























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